Fazer uma análise regular das probabilidades de riscos para um negócio deveria ser parte da rotina de qualquer empresa. Com as informações obtidas nesse processo, gestores podem prever perigos e vulnerabilidades, agindo a tempo de implementar as modificações necessárias para corrigir os eventuais problemas verificados. Neste artigo, vamos apresentar informações e estratégias utilizadas para mitigar os riscos em um empreendimento.
A AVALIAÇÃO DE RISCOS
A avaliação ou análise de riscos faz parte da estratégia de gerenciamento de riscos em uma empresa. Nessa etapa, são feitas considerações sobre as probabilidades de um perigo se concretizar e são estimados os impactos para o negócio. É importante ressaltar que riscos não analisados ou mal gerenciados representam possíveis fontes de prejuízos financeiros, o que leva a um encarecimento das operações, atingindo a margem de lucro.
Uma avaliação da chance de ocorrência de um evento negativo e de suas possíveis consequências é fundamental para que seja estabelecida uma estratégia de prevenção -– assim, será possível dar ênfase aos riscos mais prováveis ou com maior potencial de dano. É essa análise que vai determinar quais medidas precisam ser tomadas para evitar o problema, além de ajudar no estabelecimento de planos de emergência. Também poderá ser usada, por exemplo, para avaliar a necessidade de contratação de um seguro para cobrir possíveis perdas ou outras ações de proteção ao negócio.
METODOLOGIAS
Existem diversas metodologias para a realização de uma avaliação de riscos. Muitas vezes, é importante que tais metodologias acompanhem o empreendimento desde a sua idealização, integrando a elaboração do plano de negócios. Há casos, como os das startups, em que há fortes dificuldades e incertezas desde a sua criação. Ao contrário das mais tradicionais, essas empresas precisam analisar os riscos mesmo quando se encontram em etapas embrionárias, quando a viabilidade do negócio ainda está sendo discutida no papel.
OS PRINCIPAIS RISCOS PARA UM NEGÓCIO
SAZONALIDADE
Consiste na diminuição ou no aumento expressivo da demanda pelo produto ou serviço em determinados meses ou épocas do ano. Quanto maior a sazonalidade, maiores os perigos e os riscos – o alto grau da sazonalidade é considerado negativamente na avaliação de um negócio. O empresário deve planejar bem para proteger seu empreendimento das flutuações nas vendas, tomando medidas como fechar as portas em determinada época do ano (em casos como os de pousadas e hotéis, por exemplo), contratar mão de obra temporária e aproveitar os períodos de vendas mais fracas para fazer reformas ou montar o estoque de produtos para os meses de pico.
MONOPÓLIOS
A atuação em áreas onde haja monopólios dominando o mercado poderá ser um problema para a empresa. O negócio deverá ser muito sólido, pois, nessas situações, já existe uma série de regras estabelecidas que podem inviabilizar o sucesso do empreendimento. A prática de baixar o preço intencionalmente para prejudicar as demais empresas do mercado, chamada dumping, é comum nesse ambiente, prejudicando os players menos capitalizados.
ESTAGNAÇÃO
Abrir uma empresa para atuar em um setor que está estagnado é um risco muito grande. Há uma tendência à menor procura pelos produtos e serviços, enquanto a oferta é maior, tornando a disputa pelo cliente mais difícil. Outro fator de risco consiste no fato de que uma retração de mercado, muitas vezes, não é evidente no seu início. Um forte crescimento no passado, por exemplo, pode ter levado um determinado setor a atrair um número grande de competidores, assim, quando a demanda cai, há o excesso de oferta.
CRISES NA ECONOMIA
É fato que instabilidades políticas impactam a economia de um país. Da mesma maneira, crises econômicas influenciam e são gatilhos de mudanças na política. Para enfrentar esses momentos de tensão, o empreendedor deve estar sempre muito bem organizado e preparado. Uma alta nos juros, por exemplo, pode frear o crescimento do consumo. Alguns cuidados para se preparar para momentos de crise política e/ou econômica são: alocar uma reserva mínima para salvaguardar o caixa do negócio; manter um bom relacionamento com fornecedores para evitar problemas quando a crise acabar; dimensionar bem a estrutura do empreendimento para ser eficiente tanto nos momentos de queda de vendas como na época em que o consumo começar a melhorar; e fazer um planejamento detalhado para antecipar possíveis riscos.
CONTROLE GOVERNAMENTAL
Setores no quais o controle governamental é forte são mais árduos para se atuar. Trocas de governo podem significar mudanças inesperadas nas regras – por isso, essas áreas não são recomendadas para pequenos empresários. A venda ou a prestação de serviços para empresas com controle governamental também devem ser realizadas com bastante planejamento. Concentrar um alto percentual do negócio nas transações com essas empresas não é recomendado.
BARREIRAS À ENTRADA
Os obstáculos que dificultam o ingresso de uma empresa nova no mercado são chamados de barreiras à entrada. Investimento inicial elevado, licenças especiais, conhecimentos técnicos especializados ou dificuldades de obter matéria-prima são alguns exemplos de entraves que uma empresa pode enfrentar para iniciar suas atividades. A presença de poucos competidores em um setor pode significar que novos empreendedores têm dificuldade de passar pelas barreiras à entrada – e que deve ser feito um estudo minucioso para ajudar na decisão de dar início a um empreendimento naquele mercado.
EFEITOS DA ECONOMIA
A avaliação da oportunidade de um negócio é, muitas vezes, diretamente afetada pelo resultado da análise do momento econômico. Economias em recessão, por exemplo, podem impactar negativamente alguns tipos de empreendimento e, ao mesmo tempo, representar uma oportunidade para outros.
AVALIAR PARA SOBREVIVER
A complexidade da realidade do mercado é, hoje, um fator que influencia todos os tipos de empresas. Há uma grande quantidade de fatores que impactam diretamente o cotidiano de um negócio. Além de ser importante, um relatório de análise de riscos precisa ser empregado de forma sinérgica: fatores internos e externos que constituem o cotidiano de um negócio devem ser considerados.
Prejuízos financeiros, encarecimento da operação e diminuição da margem de lucros podem surgir quando os riscos não são analisados ou são mal administrados. Empreendimentos cujos riscos não são avaliados podem acabar entrando em uma sucessão de eventos negativos, minando a capacidade de sobrevivência do negócio.
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